domingo, 1 de fevereiro de 2009

GORDURAS TRANS


A Organização Mundial da Saúde - OMS estabelece que a ingestão diária máxima de gordura trans não deve ser superior a 1% das calorias diárias ingeridas. Numa dieta de 2.000 calorias, por exemplo, isso equivale a 2,2g de gordura trans. No Brasil, o consumo médio desse tipo de gordura chega a 3% do total calórico diário (6,6g de gordura trans), o equivalente a 1 porção grande de batata frita de fast food ou 4 biscoitos recheados de chocolate.
Como esse assunto ainda é novidade para muitas pessoas, o nosso artigo, em forma de perguntas e respostas, tem como objetivo esclarecer todas as dúvidas a respeito dessa vilã da nossa alimentação.
O que é gordura trans e para que serve? A gordura trans é um tipo específico de gordura saturada formada por um processo de hidrogenação natural (ocorrido no rúmen de animais) ou industrial, como no caso da hidrogenação provocada pelo aquecimento de óleos vegetais líquidos para solidificação em margarinas e gorduras para confeitaria. Por isso, elas estão presentes principalmente nos alimentos industrializados. Alimentos de origem animal como a carne e o leite possuem pequenas quantidades dessas gorduras. Na indústria, esse tipo de gordura serve para melhorar a consistência dos alimentos, principalmente textura, e também aumentar a vida de prateleira de alguns produtos.
A gordura trans é nociva à saúde? Sim, estudos demonstraram, que a gordura trans provoca efeitos mais prejudiciais ao nosso organismo do o que o próprio colesterol e as gorduras animais saturadas. Tanto que a Anvisa, a partir de 2006, não mais obrigou a declaração do colesterol na rotulagem dos alimentos, mas estabeleceu como nova regra a declaração da gordura trans. Vale lembrar que este componente alimentar não tem VD (valor diário de referência), o que significa que quanto menos consumi-lo, melhor para nossa saúde. Dentre os males que esse tipo de gordura pode causar para a saúde, estão as doenças cardiovasculares, uma vez que o seu consumo contribui para aumentar os níveis de LDL colesterol (colesterol ruim), e diminuir os níveis de HDL colesterol (colesterol bom).
Gordura vegetal hidrogenada é a mesma coisa que gordura trans? Não, a gordura hidrogenada é um tipo específico de gordura trans produzido na indústria. O nome "gordura trans" vem da configuração química que a gordura
apresenta, e ela pode estar presente tanto em produtos industrializados como em produtos in natura, como carnes e leites, conforme citado anteriormente.
Como a gordura trans age no organismo? Nós, em algum momento, precisamos consumi-la ou podemos descartá-la definitivamente do cardápio? Por serem altamente prejudiciais, elas devem ser descartadas do cardápio. Conforme já mencionado, esse tipo de gordura age no sentido de aumentar os níveis de LDL colesterol (colesterol ruim), e diminuir os níveis de HDL colesterol (colesterol bom). Tem sido também observado que a gordura trans causa um aumento dos hormônios pró-inflamatórios do corpo (prostaglandina E2) e inibição dos tipos anti-inflamatórios (prostaglandinas E1 e E3). Isto faz com que o organismo fique mais vulnerável a condições inflamatórias. Além disso, a presença de gorduras trans na membrana celular enfraquece sua estrutura e sua função protetora, permitindo com que microorganismos patogênicos e substâncias químicas tóxicas penetrem na célula com mais facilidade, enfraquecendo o sistema imunológico.
Como podemos controlar o consumo de gordura trans? Moderando o consumo de alimentos industrializados como salgadinhos de pacotes, donuts, biscoitos recheados, massas de bolos, tortas, sorvetes, margarinas e tudo que leva gordura hidrogenada, pipoca de microondas, além de vários itens de alimentos de fast food como batata frita, nuggets, tortinhas doces, etc. Além disso, é importante que as pessoas fiquem atentas às informações nutricionais contidas nos rótulos. As indústrias têm até julho de 2006 para adequarem os rótulos de seus produtos com o conteúdo de gordura trans.
O que a indústria tem feito para evitar esse tipo de gordura em seus alimentos? A maior dificuldade para as indústrias é substituir a gordura trans sem alterar as características dos alimentos, por isso, muitas estão investindo em pesquisas com o objetivo de tornar isso possível. Atualmente já é possível encontrar no supermercado alguns produtos denominados trans free (livres de gordura trans). São poucos, mas em breve esse número deverá crescer, já que isso é uma tendência mundial e está de acordo com a política de alimentação e nutrição desenvolvida pelo Ministério da Saúde, que tem como um de seus propósitos a promoção de práticas alimentares saudáveis englobando medidas que possam interferir no padrão de alimentação da população.
A rede MacDonald´s pagou recentemente 8,5 milhões de dólares em um acordo para encerrar um processo judicial referente à presença de gordura trans em seu óleo de cozinha. A rede doou 7 milhões de dólares para a entidade American Heart Association e está investindo o restante em campanhas para informar o público sobre os planos para aprimorar os seus óleos de cozinha


FONTE:http://www.sbaf.org.br/_artigos/200803_gorduras_trans.

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