sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

DOENÇA CELÍACA


O Amplo Espectro da Doença Celíaca


por Gabriel de Carvalho
A Doença Celíaca tem sido objeto de amplas discussões no meio científico e acadêmico nos últimos anos. Recentes publicações afirmam que a forma clássica da Doença, com diarréia, esteatorréia (perda de gordura pelas fezes) e múltiplas deficiências nutricionais pode ser menos comum que outras formas, mais sutis e com sintomas bem diferentes. Por este motivo é que, neste espaço de comunicação que temos, gostaria de enfatizar estes outros sinais e sintomas de alta prevalência na população porém pouco valorizados pelos profissionais com visão tradicional.A presença do diabetes juvenil (que em geral se inicia em crianças, que devem fazer o uso de insulina), do crescimento abaixo do esperado, intolerância à lactose e a outros alimentos, sintomas variados de estômago e intestino (como o intestino preso, má digestão, gases, vômitos), déficit de atenção, hiperatividade são possíveis sinais não tradicionais da Doença Celíaca, todos muito comuns em crianças e adolescentes, por exemplo.Nos adultos, é muito freqüente encontrarmos sintomas não gastrointestinais, mesmo na completa ausência de sintomas gastrointestinais no passado. Infertilidade, abortos, depressão, ansiedade, tonturas, dores articulares, demência, dificuldades de emagrecimento (e ganho de peso), anemia, deficiência de ferro e ácido fólico entre outras. Com certeza, a observação prática mostra que em muitos casos, a constipação intestinal (intestino preso ou prisão de ventre), flatulência (gases) e problemas de distensão abdominal (barriga inchada) estão, em muitos casos, ligados à intolerância ao glúten.Como nutricionista, e compartilhando da visão da Nutrição Funcional com vocês, quero enfatizar que não podemos nos restringir a “tratar exames laboratoriais”, mas sim tratar o paciente como um todo. A análise de biópsias intestinais e de sangue são importantes sim, mas devem ser analisadas em conjunto com a presença de sinais e sintomas já documentados para a doença, como estes que listei aqui. Só então é possível se decidir sobre a reatividade ou não ao glúten. Neste contexto, adiciono o conceito Funcional baseado na teoria imunológica e na prática e, de que deve existir um “espectro” de intolerâncias ao glúten: desde uma intolerância “leve”, manifestando-se como constipação intestinal, até uma intolerância “severa”, chamada Doença Celíaca, em outro extremo, com todas as suas alterações graves. Importante ainda colocar que, seja “leve” ou “severa” todas estas intolerâncias são, em geral, permanentes, e não se revertem com o tempo.Saliento ainda que não fiquemos cegos para sinais novos, diferentes daqueles que nós ou nosso filho tinha anteriormente: as respostas podem mudar com o passar do tempo.Relembro ainda que a persistência na sua alimentação correta é, e sempre será, essencial. O consumo de frutas e verduras em pelo menos 5 porções diárias deve ser uma meta de todos os indivíduos, em todas as idades.A água é um elemento chave para o reparo da mucosa intestinal, por isso, consuma água em pequenos goles, ao longo de todo o dia.Evite o consumo de doces e alimentos com açúcar: eles podem estar levando a uma piora considerável em diversos sintomas que você não consegue melhorar.Espero que estes parágrafos tenham trazido esclarecimento para muitos de vocês e que auxiliem a recuperar sua saúde. Não desistam nunca de melhorar suas vidas, e procurem auxílio de profissionais especializados sempre que necessário.Gabriel de CarvalhoNutricionista Funcional graduado pelo IMEC, graduando de Farmácia da UFRGS, Professor do Curso de Nutrição Funcional desde 1999 e dos Cursos de Medicina Biomolecular do RS e SP desde 1998.


FONTE:http://www.cbnf.com.br/artigo_artigos_nf.php?id_artigo=6

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